TEXTO
BASE
A
DISCIPLINA DE HISTÓRIA E A FORMAÇÃO PARA A CIDADANIA: uma experiência
interdisciplinar.
Por Fabiano Alves
Teixeira1
O seguinte material acadêmico vem discursar sobre a
disciplina de história e a formação do cidadão.
A autoria desse trabalho é de Geane Kantovitz. Geane é mestra em educação pela UFSC, com
linha de pesquisa em sociologia e história da educação.
A
proposta do ensaio é articular a disciplina de história com as demais áreas do
conhecimento. É uma organizada narrativa
da prática pedagógica para os alunos do ensino médio. A instituição que fomenta
a pesquisa é a escola Dom Bosco em Santa Catarina, Rio Grande do Sul. O projeto tem como título “Pacato
Cidadão; você é livre para escolher, mas é escravo das consequências”.
Após
essa pequena apresentação do projeto, vamos as “vias” de fato da pesquisa. Geane procura mostrar em sua pesquisa e corrobora
em sua justificativa uma análise para a formação do cidadão. Esse mesmo cidadão como agente do processo
social, que é o mesmo capaz de perceber o mundo em sua volta. Um ser gregário que expande seus valores e
conhecimentos para formação de um mundo melhor.
O cidadão deve ser pensado como um multiplicador das certezas e
incertezas que a vida trás. Daí é que
nasce a ideia de agregar a disciplina de histórias com as demais disciplinas do
currículo acadêmico dos alunos do ensino médio.
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1Fabiano Alves Teixeira: Graduando em
história pela Uniabeu, Graduado em Ciências Contábeis (UNIABEU), pós-graduado
MBA Gestão Financeira (UNIABEU), Planejamento Tributário (MACKENZIE), Docência
Superior e Profissional (ISEP-FABES).
A
pesquisa também aborda que foi fundamental a participação dos professores da
escola, no intuito de orientar a temática proposta para o alcance dos
objetivos, que a integração das demais disciplinas.
“A
disciplina de História esteve diretamente envolvida no projeto como uma das disciplinas
que direciona à formação para a cidadania, assim como esteve presente nas ações
coletivas e impulsionadoras de atitudes que promoveram a escrita da história de
cada aluno e, também, da cidade onde foi desenvolvido o projeto”. (Kantovitz, p.p 95).
O poder da interdisciplinaridade foi marcante no projeto,
pois o mesmo atendeu a todas as disciplinas do currículo acadêmico. Sua maior dificuldade, segundo a autora, era
a de integralizar as disciplinas e buscar uma ligação da história que envolva
suas teorias e práticas.
Procurou a autora fazer um apanhado dos diversos temas
que poderiam ser abordados no projeto.
Com a participação de professores e alunos, o fechamento da proposta foi
abordar dentro da temática a história política e social do Rio Grande do
Sul. O interessante nessa abordagem
temática seria o ano eleitoral, para definir o prefeito da cidade. Nesse sentido, o principal objetivo foi
diagnosticar os problemas enfrentados na cidade no decorrer de sua construção
ideológica, política e social. Com esse pano de fundo não foi difícil
integralizar os problemas da cidade as variadas soluções impostas pelo processo
de interdisciplinaridade. Por fim, uma
mistura de preconceito racial, latifúndio, saúde, ensino, direitos sociais,
finanças, política e segurança. Esses
pontos, alinhados na trajetória da e na construção da Cidade, formou o caráter interdisciplinar
do projeto, levando o aluno para um saber ideológico de todas as causas
profundas dos problemas de sua comunidade.
Os resultados não ficaram apenas no saber escolar. A escola promoveu pesquisas em bibliotecas,
museus, mídias sociais e a própria web.
A finalidade era produzir material para o primeiro passo da pesquisa.
A próxima fase do projeto garantiria aos alunos a leitura
de bibliografias que tivessem um encontro com as temáticas abordadas. A escolha desse universo literal foi o livro
de Jô Azevedo, “Questões Sociais: desafios para o país”. A intenção da leitura da
obra foi a de criar um “norte” de organização para os alunos, para que os
mesmos pudessem interagir como grupo, dividindo as tarefas e as abordagens de
cada capítulo do livro. A partir desses
pequenos grupos, cada grupo criou seu próprio método de trabalho e de liderança
para a conclusão das etapas propostas.
Além de criar a interdisciplinaridade, a escola criou para os alunos a
certeza da criatividade, do comprometimento e no trabalho em equipe. Isso mostrar que a construção do universo
para tornar um cidadão parte do mundo é a sua existência como ser social e
trabalho em conjunto.
“Destaca-se
aqui a importância da leitura no ensino de História. A leitura em História é um
desafio para se trabalhar além da identificação e tradução das informações, ela
implica identificar as fontes em que o autor se apoia para elaborar suas
conclusões e estabelecer relações entre o texto e outros temas e conceitos”. (Kantovitz, p.p 100).
Ficaria inviável discorrer sobre todas as etapas e todos
os recursos que foram necessários para a construção desse universo com os
alunos. Aqui, se faz necessário somente destacar
as necessidades de cada fase do projeto.
Questionários foram feitos com perguntas que envolviam os moradores das
comunidades e os problemas relacionados ao cumprimento das promessas pela gestão
da cidade. Os professores de matemática
interagiram com a questão das estatísticas e das probabilidades. Todos os dados foram resumidos e transformado
em documentário que serviu de base para o conhecimento trabalhado.
Numa
outra fase do projeto, houve por parte dos alunos uma apresentação dos alunos
tendo cada grupo o exercício de realizar uma citação dos direitos que consta na
Declaração universal dos Direitos do Homem e do Cidadão. O grande destaque desse exercício foi o debate
entre os alunos com relação dos direitos conquistados pela sociedade até a
elaboração da Carta Universal. Nesse
ponto, a disciplina de história veio explicar as mudanças sociais através do
tempo, salientando a importância da discussão e da evolução desses direitos na
sociedade.
O
projeto num todo foi brilhante cumprindo seu papel de multiplicador do saber e
do processo de transição do conhecimento dos alunos. Por
fim, o aprendizado deixado nos leva a entender que o trabalho em equipe, com um
forte apelo à interdisciplinaridade é capaz de levar o aluno a reflexão e a
construção daquilo que pudesse estar tão longe.
REFERÊNCIAS
KANTOVITZ, Geane.
A DISCIPLINA DE HISTÓRIA E A FORMAÇÃO PARA A CIDADANIA: uma experiência
interdisciplinar, 95-109, 2012.