sexta-feira, 1 de agosto de 2014

A DISCIPLINA DE HISTÓRIA E A FORMAÇÃO PARA A CIDADANIA: uma experiência interdisciplinar.

TEXTO BASE

A DISCIPLINA DE HISTÓRIA E A FORMAÇÃO PARA A CIDADANIA: uma experiência interdisciplinar.
Por Fabiano Alves Teixeira1
    
            O seguinte material acadêmico vem discursar sobre a disciplina de história e a formação do cidadão.  A autoria desse trabalho é de Geane Kantovitz.  Geane é mestra em educação pela UFSC, com linha de pesquisa em sociologia e história da educação.
A proposta do ensaio é articular a disciplina de história com as demais áreas do conhecimento.  É uma organizada narrativa da prática pedagógica para os alunos do ensino médio. A instituição que fomenta a pesquisa é a escola Dom Bosco em Santa Catarina, Rio Grande do Sul.  O projeto tem como título “Pacato Cidadão; você é livre para escolher, mas é escravo das consequências”.
Após essa pequena apresentação do projeto, vamos as “vias” de fato da pesquisa.  Geane procura mostrar em sua pesquisa e corrobora em sua justificativa uma análise para a formação do cidadão.  Esse mesmo cidadão como agente do processo social, que é o mesmo capaz de perceber o mundo em sua volta.  Um ser gregário que expande seus valores e conhecimentos para formação de um mundo melhor.  O cidadão deve ser pensado como um multiplicador das certezas e incertezas que a vida trás.   Daí é que nasce a ideia de agregar a disciplina de histórias com as demais disciplinas do currículo acadêmico dos alunos do ensino médio.
           
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1Fabiano Alves Teixeira: Graduando em história pela Uniabeu, Graduado em Ciências Contábeis (UNIABEU), pós-graduado MBA Gestão Financeira (UNIABEU), Planejamento Tributário (MACKENZIE), Docência Superior e Profissional (ISEP-FABES).

A pesquisa também aborda que foi fundamental a participação dos professores da escola, no intuito de orientar a temática proposta para o alcance dos objetivos, que a integração das demais disciplinas.

A disciplina de História esteve diretamente envolvida no projeto como uma das disciplinas que direciona à formação para a cidadania, assim como esteve presente nas ações coletivas e impulsionadoras de atitudes que promoveram a escrita da história de cada aluno e, também, da cidade onde foi desenvolvido o projeto”.  (Kantovitz, p.p 95).
           
            O poder da interdisciplinaridade foi marcante no projeto, pois o mesmo atendeu a todas as disciplinas do currículo acadêmico.  Sua maior dificuldade, segundo a autora, era a de integralizar as disciplinas e buscar uma ligação da história que envolva suas teorias e práticas.
            Procurou a autora fazer um apanhado dos diversos temas que poderiam ser abordados no projeto.  Com a participação de professores e alunos, o fechamento da proposta foi abordar dentro da temática a história política e social do Rio Grande do Sul.  O interessante nessa abordagem temática seria o ano eleitoral, para definir o prefeito da cidade.  Nesse sentido, o principal objetivo foi diagnosticar os problemas enfrentados na cidade no decorrer de sua construção ideológica, política e social. Com esse pano de fundo não foi difícil integralizar os problemas da cidade as variadas soluções impostas pelo processo de interdisciplinaridade.  Por fim, uma mistura de preconceito racial, latifúndio, saúde, ensino, direitos sociais, finanças, política e segurança.  Esses pontos, alinhados na trajetória da e na construção da Cidade, formou o caráter interdisciplinar do projeto, levando o aluno para um saber ideológico de todas as causas profundas dos problemas de sua comunidade.
            Os resultados não ficaram apenas no saber escolar.  A escola promoveu pesquisas em bibliotecas, museus, mídias sociais e a própria web.  A finalidade era produzir material para o primeiro passo da pesquisa.
            A próxima fase do projeto garantiria aos alunos a leitura de bibliografias que tivessem um encontro com as temáticas abordadas.  A escolha desse universo literal foi o livro de Jô Azevedo, “Questões Sociais: desafios para o país”. A intenção da leitura da obra foi a de criar um “norte” de organização para os alunos, para que os mesmos pudessem interagir como grupo, dividindo as tarefas e as abordagens de cada capítulo do livro.  A partir desses pequenos grupos, cada grupo criou seu próprio método de trabalho e de liderança para a conclusão das etapas propostas.  Além de criar a interdisciplinaridade, a escola criou para os alunos a certeza da criatividade, do comprometimento e no trabalho em equipe.  Isso mostrar que a construção do universo para tornar um cidadão parte do mundo é a sua existência como ser social e trabalho em conjunto.

“Destaca-se aqui a importância da leitura no ensino de História. A leitura em História é um desafio para se trabalhar além da identificação e tradução das informações, ela implica identificar as fontes em que o autor se apoia para elaborar suas conclusões e estabelecer relações entre o texto e outros temas e conceitos”. (Kantovitz, p.p 100).

            Ficaria inviável discorrer sobre todas as etapas e todos os recursos que foram necessários para a construção desse universo com os alunos.  Aqui, se faz necessário somente destacar as necessidades de cada fase do projeto.  Questionários foram feitos com perguntas que envolviam os moradores das comunidades e os problemas relacionados ao cumprimento das promessas pela gestão da cidade.  Os professores de matemática interagiram com a questão das estatísticas e das probabilidades.  Todos os dados foram resumidos e transformado em documentário que serviu de base para o conhecimento trabalhado.
Numa outra fase do projeto, houve por parte dos alunos uma apresentação dos alunos tendo cada grupo o exercício de realizar uma citação dos direitos que consta na Declaração universal dos Direitos do Homem e do Cidadão.  O grande destaque desse exercício foi o debate entre os alunos com relação dos direitos conquistados pela sociedade até a elaboração da Carta Universal.   Nesse ponto, a disciplina de história veio explicar as mudanças sociais através do tempo, salientando a importância da discussão e da evolução desses direitos na sociedade.
O projeto num todo foi brilhante cumprindo seu papel de multiplicador do saber e do processo de transição do conhecimento dos alunos.   Por fim, o aprendizado deixado nos leva a entender que o trabalho em equipe, com um forte apelo à interdisciplinaridade é capaz de levar o aluno a reflexão e a construção daquilo que pudesse estar tão longe. 


REFERÊNCIAS
KANTOVITZ, Geane. A DISCIPLINA DE HISTÓRIA E A FORMAÇÃO PARA A CIDADANIA: uma experiência interdisciplinar, 95-109, 2012.


sexta-feira, 16 de maio de 2014

Por uma perspectiva diferente: a construção de cidadania e o universo da escola na favela da Mangueira pós-pacificação

Minicurso 09/04/2014
Palestrante: Professor Vinícius Gentil 
Tema: "Por uma perspectiva diferente: a construção de cidadania e o universo da escola na favela da Mangueira pós-pacificação".

O professor Vinícius gentil sabiamente trouxe para nossa reflexão a situação da educação nas favelas pós pacificação pela polícia militar do Rio de Janeiro, em particular na comunidade da Mangueira.

A visão da pacificação segue uma lógica muito positiva. Além da pacificação, outros setores da sociedade entraram em conjunto para transformar a comunidade em uma nova realidade.  São posturas permanentes que melhoram o acesso aos bens de consumo e aos projetos de primeira necessidade.  Educação, saneamento, organizações de apoio a cidadania, apoio médico, documental e principalmente o esporte.  "Quando essas ações se tornam práticas cotidianas, os índices na educação melhoram consideravelmente".  Abordagem do professor Gentil. O programa de pacificação das comunidades teve duplo sentido.  O primeiro em linhas gerais seria o de devolver as comunidades pacificadas a sociedade civil, reprimindo e retirando as ações de traficantes e bandidos do poder.  O segundo e o mais obvio motivo é o de preparar terreno pra entrada da copa do mundo e das olimpíadas de 2016.  Afastar a bandidagem das comunidades seria dizer que o Rio de Janeiro está "pronto" para a recepção dos turistas e para os olhares do mundo. O importante é entendermos o reflexo positivo que essas ações trouxeram para a educação no Rio de Janeiro.  Acredito que isso seria  mais importante do que pensar no ato comercial do governo. O maior desafio para a educação foi o de acabar com o alistamento e o recrutamento de jovens e crianças para o tráfico. Com o avanço das UPP'S nas comunidades essa realidade mudaria.  Na mangueira, ações positivas marcaram território como a escola de teatro, o esporte, os cursos livres e de apoio a terceira idade.  Por outro lado, o que de fato levantou consideravelmente minhas dúvidas foi quando abordado no curso a questão da bandidagem estar migrando para a Baixada Fluminense.  O professor no debate desconsiderou o efeito da transição questionando como "supostos" fatos e que ainda não foram destacados em pesquisas.  Não é bem assim.  O fato é que de proposito ou não, o governo varreu essa bandidagem para as áreas da baixada fluminense.  O que desejo salientar é que a situação pode inverter a qualquer momento e a educação acabar sofrendo com isso.   Alguns bairros estão sujeitos a criminalidade e não precisamos de pesquisas para isso.  Para tanto é somente observar os telejornais e as estatísticas policiais de cada município.  O governo precisa de ações para todo o Rio de janeiro e não para uma determinada localidade em função de eventos importantes. A educação é base para a construção de uma cidadania e deve ser inclusiva.





PIBID 2014

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